Nesse aconchego só fala a voz do coração.
Todo repouso dos deuses nos remete a pensar no
que amamos , no que queremos e buscamos como
verdade. Um sono dessa natureza descreve a solidão
que nos sufoca enfim...
QUASE DORMINDO...
Não importa se estou com sono,
se me preparo para o espaço vazio,
se a camisola que me veste tem o cheiro
de maçã,
se na guarda da cama arquivo sonhos,
se amasso o lençol entre as pernas imperativas
de desejo,
se o porta-retrato guarda a imagem sem rosto,
se a metáfora do AMOR me deixa indignada,
se a coleção de juras prevalece no pensamento sem
sentido algum,
se faço dele, a ausência de que necessito,
se olho para o teto e não consigo transpor o limite
de mim mesma,
se faço dele minha bola de gude arremessada
longe, levando parte de mim.
Percebo que o tempo me faz acreditar que sou apenas
uma eterna aprendiz ...
Sou baixinha.
Adoro um salto alto. Depois que faço minha caminhada
diária, me arrumo para ir trabalhar , não me esquecendo jamais
do batom e do salto alto.
O meu cotidiano corrido que me exige muita coragem e determinação
está sempre a me cobrar que devo olhar a vida com muita mais esperança
do que ela merece.
Acreditem...
Há uns dois dias , saindo no portão de casa para ir às compras
encontrei-me com um amigo e fiquei conversando um pouco. De repente
estava no chão. Pisei de mau jeito e torci o tornozelo esquerdo.
A dor é alucinante. Ele me ajudou a levantar. Percebi que não tinha quebrado o pé
porém nunca sentir nada igual. Só pensava na bota de gesso, nos impedimentos que
gerariam a vida parada.
No dia seguinte fui a um ortopedista que após Raios X constatou entorse.
Dos males , o menor. Terei que dar um tempinho a caminhadas, estar sempre com o pé pra cima,
tomar analgésicos e antiinflamatórios e andar de salto baixo ( grande sacrifício).
Como procuro aceitar tudo o que recebo, estou em casa nesse feriado prolongado reavaliando
a vida e passando a limpo o que deve ser refeito.Mesmo assim creio que a Páscoa irá me proporcionar
a degustação de ovinhos diet. Isso é muito bom...
BENDITA a espécie extinta,
a que voltou ao repouso em sua origem
e não peregrina mais,
benditos todos que no cativeiro,
por ânsia de eternidade multiplicam-se,
bendito o modo como tudo é feito.
Ancestrais, luxuoso nome
para quem apenas errou antes de nós!
Benditos,
bendita a hora da tarde
em que uma serva repousa
descansada de dor e de consolo.
ADÉLIA PRADO
Pensando bem...
quanta realidade povoando os arquivos interiores...
Estou a caminho. Na bagagem o estímulo de vocês, o companheirismo,
o desejo de não interrompermos a história escrita com fé de que
tudo vai dar certo.
Experimentei a solidão daquele tempo em que me aposentei do CHAMEGO.
Tudo volta ao normal.A LUA CHEIA será testemunha da nossa amizade.